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"Não temos condições de ter as aulas presenciais", diz secretário de educação da Bahia. Conclusão é acertada e fruto da luta da APLB-Sindicato em defesa da Educação e pela vida

06 de Outubro de 2020

Em entrevista ao Portal G1, o secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues, afirmou que a Bahia ainda não tem condições de voltar a ter aulas presenciais. Segundo ele, o índice de diagnósticos positivos para Covid-19 na comunidade escolar testada, até agora, pelo governo do estado, tem sido determinante para que as atividades continuem suspensas.

Para o coordenador-geral da APLB-Sindicato, o professor Rui Oliveira, essa conclusão é acertada e fruto da luta da APLB-Sindicato que promoveu ações como pesquisas junto à categoria, elaborou em conjunto protocolos de segurança, lançou a Frente de Educação em Defesa da Vida junto com outras entidades e enviou ofício ao governo do Estado defendendo que retorno só com risco zero de contaminação para trabalhadores em educação e estudantes. “Conteúdos se repõem, vidas não”, defende Rui Oliveira Coordenador-geral da APLB.

Na região do subúrbio ferroviário de Salvador, por exemplo, 6% das pessoas testadas nas escolas tiveram resultado positivo.

“Nós não temos condições de ter as aulas presenciais, isso é um fator que está nos levando, ou seja, se nós estamos com 6% de estudantes, professores e servidores com Covid-19, você imagina isso multiplicado por seus familiares, por seus grupos de amigos. Isso se multiplica e se fortalece com maior rapidez”, analisou o secretário de educação.

Mesmo sem uma previsão de retorno, Jerônimo Rodrigues acredita que os testes nas escolas são importantes para monitorar a doença entre os alunos e as famílias. O primeiro decreto de suspensão das aulas foi publicado ainda no mês de março, após os primeiros casos da Covid-19 na Bahia. Ele tem sido prorrogado desde então, como medida preventiva ao coronavírus.

O estudante Márcio Luiz fez o teste há 15 dias, mas ainda não recebeu o resultado. O jovem conta que tem medo de voltar para a escola nesse momento.

“Muita gente não vai cumprir as regras, não vai lavar as mãos, fazer o distanciamento, muita gente não vai fazer isso”, disse o estudante.

Lucia Bahia, outra estudante da rede pública, também acha que não dá para retornar às aulas, porque ela mora em uma casa que tem pessoas do grupo de risco. A jovem não fez o teste na escola, em Paripe, porque ficou com medo de ser infectada por alguém que pudesse estar com Covid-19.

“Eu não tenho segurança de ir para a escola, de frequentar aquele ambiente, não sabendo se vai ter estrutura para manter os protocolos de segurança”, contou Lucia Bahia.

Em nota, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) afirma que as testagens são feitas seguindo protocolos de segurança.

O virologista Gúbio Soares, pesquisador responsável por identificar o Zika Vírus no país, diz que não há previsão de retorno das aulas a curto prazo. O profissional conta que é bem provável que será preciso testar novamente os estudantes e lembra que ainda não há uma definição se quem já teve a doença está imune ao vírus.

“Nós não sabemos ainda quais são as defesas reais contraídas no nosso organismo. O que acontece com o sistema imunológico não está bem caracterizado, bem estudado. Qualquer período depois de outubro, que volte as aulas, vai ter que fazer novamente os testes e tem que ser testes não sorológicos”.


Texto com informações do G1 Bahia

Créditos da foto: TV Bahia

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