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Biden pode dificultar entrada do Brasil na OCDE por causa de agenda ambiental

Biden pode dificultar entrada do Brasil na OCDE por causa de agenda ambiental

11 de Novembro de 2020

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou em maio de 2020 o apoio oficial à entrada do Brasil na OCDE. Para o cientista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo, Rodrigo Prando, no entanto, os acenos e promessas do presidente norte-americano ao Brasil nunca se concretizaram em um compromisso real com o governo de Jair Bolsonaro.

Em entrevista à Sputnik Brasil, ele afirmou que Trump sempre promoveu uma "política isolacionista" ao invés de buscar um multilateralismo.

Ao comentar o fato de que Jair Bolsonaro ainda não cumprimentou o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, pela vitória nas eleições, Rodrigo Prando observou que a ausência de "cumprimentos diplomáticos, de uma carta desejando um bom mandato para Joe Biden e para sua vice, é sentida". "Aqueles que são conhecedores da diplomacia sabem que essa atitude de Jair Bolsonaro é no mínimo entendida como uma falta de educação, uma falta de traquejo na diplomacia internacional", disse.

O cientista político citou a agenda ambiental como um possível entrave para uma relação estreita com a administração de Joe Biden, tendo em vista que o "presidente Jair Bolsonaro tem um posicionamento na agenda ambiental muito parecido com o de Donald Trump, que é do negacionismo climático".

"A Amazônia e o Pantanal, dois ecossistemas importantíssimos, foram alvo de muita atenção do mundo todo por conta do desmatamento e das queimadas. E aí tanto Biden, quanto Kamala Harris, que são entusiastas da agenda ambiental, certamente estarão muito atentos a esse perfil do governo brasileiro e, é claro, que essa tensão pode significar uma pressão por parte dos EUA e gerar dificuldades de manter a promessa de Donald Trump de levar o Brasil para a OCDE", destacou o especialista.

Rodrigo Prando afirmou, entretanto, que há uma grande probabilidade de Biden retomar um "diálogo multilateral que foi abandonado por Donald Trump". Neste caso ele aponta que o Brasil pode ser contemplado por uma abordagem multilateral, mas "entraria não com privilégio, mas dentro desse processo de diálogo internacional". No entanto, o especialista alertou:

"Se o Bolsonaro manter-se firme na sua ideologia, nos seus valores, o Brasil ficará numa posição de escanteado no cenário global", completou o cientista político.


Texto com informações do Brasil 247

Foto: Divulgação

 

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