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Qual é a diferença entre Surface Web, Deep Web e Dark Web?

Qual é a diferença entre Surface Web, Deep Web e Dark Web?

28 de Março de 2023

Antro de criminosos? Camadas baixas? Local cheio de vírus? Essas e outras essas e outras descrições tornaram a Deep Web um assunto extremamente complexo e popular entre várias pessoas ao redor de todo o mundo. Mas, uma coisa é certa: o Google não sabe de tudo.

Primeiramente, para que não haja dúvidas futuras quanto a termos, hoje vamos separar a internet em partes: Surface, Deep e Dark. Pode ser que existam mais, mas entender o conceito dessas três já é suficiente para que a confusão na utilização dos nomes seja minimizada.

O que podemos ver: Surface Web

Todo mundo já ouviu a metáfora do iceberg: uma pequena parte pode ser vista por todos, enquanto mais da metade está escondida embaixo d’água. Com a internet, é praticamente a mesma coisa.

A Surface Web – superfície, em português – é toda a parte da internet indexada, possibilitando que os canais de busca (Google, Bing, entre outros) encontrem o domínio, e todo o público tenha acesso livre às informações lá postadas – a menos que seja preciso um login ou senha, é claro.

Os mais estudiosos sobre o tema afirmam que a Surface Web corresponde a apenas 4% de toda a informação existente na internet. Portanto, você que acessou essa matéria está navegando nela. Sem grandes riscos, não precisa se preocupar!

Aquilo que está escondido: Deep Web

A partir de agora, começamos a abordar o que está por baixo do que podemos ver. Muitas pessoas acham que na Deep Web só encontramos informações perturbadoras e criminosas, sendo um antro de criminosos na internet. Existe? Sim. Mas não é totalmente assim.

Diferente da Surface Web, a Deep é composta por sites não indexados, portanto não é possível encontrá-los nos canais de busca, como o Google. O que isso significa? Que as informações presentes lá só podem ser acessadas se você realmente desejar. Logo, vale a famosa máxima: quem procura acha!

É possível dizer que a Deep Web tem uma parte que está embaixo dos nossos narizes e a gente só não sabe porque não usa lentes especiais para vê-los (ou seja, não conhecemos seus endereços). Mas há também aqueles que estão um pouco mais profundos.

Quem acessa essa parte da Deep Web, na maioria dos casos, utiliza redes criptografadas, que ocultam a sua identidade, como o Tor, o i2p e o FreeNet. Esses softwares funcionam como os mais famosos navegadores (Chrome, Firefox, Edge, entre outros), mas com a diferença de que as informações de IP e dados do usuário são escondidas por eles.

É bem importante mencionar: os sites registrados por aqui usam servidores um pouco diferentes do que estamos acostumados a ver. Para começar, os domínios “.tor” são completamente independentes do ICANN – que é o órgão responsável por apontar para o mundo inteiro qual DNS fica cada domínio de topo.

A maioria das pessoas que acessam a Deep Web não procuram se envolver em situações ilegais, apenas não desejam ser encontradas. Lá, existem todos os tipos de informações, boas – muito boas – e ruins – péssimas, mesmo. Aí vai de o usuário saber o que quer e onde está clicando.

Aquela que não deve ser mencionada: Dark Web

Agora, chegamos à parte responsável pela maioria dos mitos sobre a Deep Web. A Dark Web é aquela área na qual podemos encontrar as informações e situações com que o cidadão de bem prefere não se envolver.

Na zona escura da internet, a criptografia é extremamente complexa, permitindo que apenas usuários avançados – ou curiosos “sortudos” – consigam chegar até ela. A maioria dos seus domínios não fazem o menor sentido, sendo cheios de letras e números aleatórios.

Aí voltamos às redes ocultas: Tor; i2p e FreeNet. De acordo com algumas pesquisas, a maior delas é a Tor.

Sem nomenclaturas que apenas dificultam ainda mais a compreensão do assunto, vamos a um rápido resumo:

- Primeiro nível: internet comum, que pode ser acessada por qualquer pessoa e que é indexada pelos motores de busca;

- Segundo nível: internet comum, que pode ser acessada por qualquer pessoa, mas não é indexada pelos motores de busca;

- Terceiro nível: internet restrita, que necessita a alteração de proxy para ser acessada;

- Quarto nível: internet mais restrita, que demanda a utilização de navegadores com distribuição de acesso (.Tor);

- Quinto nível: internet “secreta” (não confirmada), que exige a alteração do hardware para que as comunicações ocorram.

Ao navegar na dark web, entramos realmente em um mundo obscuro de informações e conteúdo que não estão disponíveis para usuários comuns. Apesar do nome sombrio, essa camada esconde conteúdos que vão além das ilegalidades, e também oferece abrigo para quem luta por direitos humanos e por informação livre e irrestrita. 

Em países onde a liberdade de expressão é limitada e cidadãos podem ser presos ou executados por certos discursos, a navegação anônima em camadas profundas da internet serve de meio seguro de comunicação para dissidentes políticos e informantes que buscam espalhar suas histórias para o resto do mundo.

Segundo a organização americana sem fins lucrativos Fundo de Tecnologia Aberta (OIT, na sigla em inglês), que luta por acesso irrestrito da internet em todo o planeta, o navegador criptografado Tor - ferramenta essencial para quem não deseja ser rastreado e a preferida por quem navega pela dark web -, registra alto tráfego de dissidentes políticos que usam recursos desse sistema para receber e divulgar notícias em países com fluxo de informação altamente limitado, como Nigéria, Camarões, Uganda e Zimbábue.

Lado sombrio

Se você já leu alguma matéria, artigo ou assistiu a uma reportagem sobre a internet que citava o termo dark web, sabe que o maior repositório online de venda de drogas do mundo, o Silk Road (Rota da Seda, em tradução livre - referência à rota comercial que ligava Europa e Ásia antes da descoberta do caminho marítimo para as Índias) costumava estar de portas abertas para usuários e traficantes de entorpecentes de todo o globo por meio da dark web.

A dark web já foi alvo de denúncias sobre extremismo religioso e político, como no caso de ataques terroristas à França. No Brasil, ameaças e manifestações de incitação à violência circulam na rede restrita, que é constantemente vasculhada por órgãos de inteligência .

Outro foco de crimes é a pedofilia, que se beneficia da privacidade oferecida pela internet obscura. Apesar de toda a dificuldade, a Polícia Federal já deflagrou operações bem sucedidas de interceptação de material pornográfico envolvendo crianças em circulação na dark web. Entre os diversos crimes apurados, redes internacionais de pedófilos usam esse sistema para compartilhar imagens de tortura e de abusos de menores carentes.


Texto com informações da Agência Brasil e Tecmundo

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