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 Professores sobrecarregados gera adoecimento e precariedade no exercer da profissão

Professores sobrecarregados gera adoecimento e precariedade no exercer da profissão

26 de Dezembro de 2019

A profissão docente é considerada pela organização internacional do trabalho (OIT) como uma das mais estressantes, pois ensinar se tornou uma atividade desgastante, com repercussões evidentes na saúde física, mental e no desempenho profissional.

Segundo uma pesquisa divulgada pela Globonews o Brasil é o país que tem maior índice de violência contra professores. No ambiente educacional as condições de trabalho e os maus tratos por parte dos alunos são alguns dos principais motivos que levam a depressão, ansiedade, nervosismo e estresse, que resultam no afastamento de professores.

O adoecimento dessa classe tem crescido, a valorização pelo profissional tem diminuído e as cobranças tem aumentado. Essa cobrança acontece de forma elevada por conta das funções antes tidas pela família e hoje não mais cumprida, resultando ao professor assumir uma gama de funções, tendo como resultado um profissional desqualificado e sobrecarregado. O desrespeito por parte dos alunos, baixos salários, carga de trabalho exaustiva, alto número de alunos por classe e pressão por metas de produtividade, são fatores considerados responsáveis pelo sofrimento docente. Diante desse cenário estarão comprometidas a saúde do professor e a qualidade de ensino.

O seio familiar tem sido alterado por conta das mudanças, isso tem repercutido na dinâmica escolar. Essas mudanças têm dificultado os pais cumprirem seu papel, e o mesmo atribui suas funções ao professor, resultando em uma pressão ao mesmo que é incapaz de cumprir todas essas lacunas que é o universo do aluno. As modificações familiares podem refletir nos comportamentos da criança no meio educacional assim como no desempenho escolar. Essas alterações tidas na família resultaram no descuido das crianças, que no processo acadêmico terá efeitos negativos.

Analisando o funcionamento da família do cotidiano atual, percebe-se que os filhos passam a maior parte do dia sem o contato com os pais, ficando, geralmente, sob cuidados de terceiros, realizam as tarefas escolares sozinhos sem supervisão de um adulto, ou ainda, quando os pais chegam, já cansados no período noturno, irão tentar ajudar, mas pelo esgotamento físico e psicológico acabam se estressando facilmente. Isso faz com que sejam comuns episódios em que os filhos chegam à escola com as atividades incompletas ou não feitas, e isso repercute num possível desestímulo por parte do aluno. Com o não interesse e a falta de despertar por parte desses alunos, tornará a proposta tida pelo professor, por mais atrativa que seja, não valorizada, pois o estímulo que é necessário não é provocado pelas partes que são competentes, no caso a família. Essa realidade gera aos professores frustração diante dos resultados que são esperados, desgaste na tentativa de corresponder às expectativas, provocando adoecimento mental.

Partindo dessa perspectiva, reconhecer a importância do papel da família, sendo presente no cumprimento do seu papel, gerará um significado à sala de aula. Por várias vezes, o educador se enxerga no papel de orientar seus alunos, dando conselhos, colocando limites e regras, não que este profissional tenha que se eximir disto, mas o que se observa, é que a família, repetidamente, negligencia isso, dificultando assim, os caminhos que a escola deseja percorrer. Ao cumprir o papel que é o da família com o objetivo de criar condições de exercer o seu, ensino-aprendizagem, acaba frustrando-se, não existe possibilidade em pouco tempo cumprir várias funções.

A função do professor tem ocorrido mudanças devido a rápida transformação do contexto social. Em função disso, ampliam-se as responsabilidades e exigências sobre esse profissional, de modo que ele precisa apresentar, além das competências pedagógicas, habilidades sociais e emocionais. Essas exigências aos professores, esvazia as responsabilidades por parte da família, demandando funções inalcançáveis para os professores.

Com esse envolvimento e as exigências não percebida e vivenciada pelos professores, repercute de forma negativa na sua saúde. O intenso envolvimento emocional, os problemas dos alunos, a desvalorização social do trabalho, a falta de motivação para o trabalho, a exigência de qualificação do desempenho, as relações interpessoais insatisfatórias, as classes numerosas, a inexistência de tempo para descanso e lazer e a extensiva jornada de trabalho. Em conjunto, esses fatores se constituem como fontes de estresse, suas condições mentais e físicas tornam-se limitada pelo fato que a sobrecarga excede sua capacidade.

Nesse contexto educacional os professores têm apresentado sintomas de preocupação, fadiga, dificuldades de concentração e distúrbios do sono, considerado quadros ansiosos, esses pontos citados afetam de forma expressiva o desempenho no trabalho, acarretando em prejuízos à funcionalidade global do professor. O campo da educação tem evidenciado um crescimento quanto ao número de agravos relacionados à saúde dos professores (Cruz & Lemos, 2005), com prejuízos que afetam tanto a saúde física como a psicológica, comprometendo a capacidade de trabalho (Reis et al., 2006).

A partir disso, faz-se viável a ideia do diálogo entre a escola e a família, que deve por sua vez, acontecer constantemente, sempre visando melhorar e tornar o ambiente saudável. A escola deve propiciar estes momentos, se portando como um suporte, com o intuito de promover uma rede de apoio entre estes, favorecendo assim, uma sintonia entre as funções exercidas por cada um. Proporcionando aos professores esse método que irá aliviar a tensão que é a sala de aula, e entregar a responsabilidade que cabe aos familiares, ficando o professor com sua real função, ensino-aprendizagem.

 

Autor: Tárcio dos Santos Silva

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