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Lula sanciona lei que proíbe uso de celular nas escolas. Entenda as regras

Lula sanciona lei que proíbe uso de celular nas escolas. Entenda as regras

16 de Janeiro de 2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sanciona a lei que proíbe o uso de celulares e outros aparelhos eletrônicos por parte dos estudantes de ensino infantil, fundamental e o médio, nas escolas públicas e privadas. A lei foi aprovada pelo Congresso Nacional em dezembro do ano passado.

A medida, que começará a valer em fevereiro, proíbe o uso, inclusive no recreio e intervalo entre as aulas. O uso desses aparelhos somente será permitido em atividades pedagógicas autorizadas pela escola; em situações de “estado de perigo, de necessidade ou caso de força maior”; e para garantir acessibilidade, inclusão e atender às condições de saúde dos estudantes.

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse em recente entrevista que um dos objetivos é minimizar as distrações causadas pelos dispositivos durante as atividades escolares. "O uso de celular na escola está tirando muito a atenção dos alunos dentro da sala de aula. Tanto atrapalha o professor quantos os colegas de sala de aula e o próprio aluno. E é mais grave ainda quando é para crianças e adolescentes", acrescentou.

Professores apoiam a decisão

A medida é bem-vinda para toda a comunidade escolar, analisa o primeiro presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Fábio Santos de Moraes. Segundo ele, o uso excessivo e descontrolado de telas prejudica o ensino pedagógico e o crescimento das pessoas.

“Temos uma sociedade ansiosa e com problemas e não é aceitável que uma criança passe o dia inteiro olhando uma tela. A criança precisa de interação humana e leitura nas escolas”, diz.

O que dizem os médicos

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças menores de 2 anos de idade não devem ser expostas a telas, enquanto crianças entre 2 e 5 anos devem ter o tempo de tela limitado a, no máximo, uma hora por dia. Já crianças entre 6 e 10 anos devem utilizar telas por até uma a duas horas diárias, e crianças maiores e adolescentes, entre 11 e 18 anos, não devem ultrapassar o tempo limite de três horas de tela por dia, incluindo o uso de videogames. A entidade recomenda ainda que as crianças não devem fazer uso de televisão ou computador nos seus próprios quartos, não devendo possuir smartphones antes dos 12 anos.

Debate deve ir além

O primeiro presidente da Apeoesp entende que esse debate precisa atingir toda a sociedade e, que de fato a comunidade escolar pratique essa decisão.

“Para que seja colocada em prática o Estado precisa garantir estrutura e isso passa pela contratação de mais funcionários e professores. O estado de São Paulo, por exemplo, precisa também mudar o atual método de ensino em que os alunos têm de ficar o dia inteiro numa plataforma, numa tela de celular”, critica Moraes.

Fábio se refere à decisão do governador do estado Tarcísio de Freitas, de implementar em 2023, um sistema de ensino baseado em aplicativos, com conteúdo e atividades pré-estabelecidas. O método, segundo ele, provocou praticamente o abandono dos livros didáticos e impede que o professor busque formas diferentes de abordar os conteúdos em sala de aula.


Com informações da CUT

 

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